A suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China por 60 dias gerou preocupação imediata no agronegócio nacional. A medida foi tomada após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Apesar de o Ministério da Agricultura assegurar que o consumo de carne de frango continua seguro, o impacto comercial já é sentido por produtores e exportadores. A carne de frango brasileira tem papel estratégico nas exportações para a Ásia, especialmente para o mercado chinês, que representa uma fatia significativa do volume negociado anualmente.
A suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China mostra como o mercado internacional é sensível a questões sanitárias. Mesmo que os riscos de transmissão da gripe aviária para humanos sejam considerados baixos, principalmente por meio do consumo de carne cozida ou ovos, a simples detecção do vírus em um criadouro comercial foi suficiente para provocar o bloqueio. O caso registrado em Montenegro, no estado gaúcho, foi o primeiro na avicultura comercial brasileira, pois até então os casos detectados envolviam apenas aves silvestres.
Para conter a disseminação do vírus, as autoridades locais isolaram a granja onde o surto foi identificado e sacrificaram as aves remanescentes. A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul também iniciou uma varredura em um raio de 10 quilômetros ao redor da granja para verificar a presença de novos focos da doença. O governo federal trata a situação com máxima prioridade, pois a suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China pode abrir espaço para concorrentes em um mercado altamente competitivo.
Mesmo com o susto, o Ministério da Agricultura reitera que a gripe aviária não representa perigo à saúde da população no consumo de carne de frango brasileira. Segundo o governo, os cuidados sanitários estão sendo reforçados em todo o país e as medidas de vigilância foram ampliadas. O vírus da gripe aviária, embora grave para as aves, não é transmitido por alimentos preparados corretamente, o que tranquiliza os consumidores nacionais. A carne de frango brasileira continua sendo uma das mais consumidas no mundo, e a prioridade agora é garantir a manutenção da qualidade e segurança do produto.
A suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China também levanta um alerta sobre a dependência de mercados externos. Embora o país seja um dos maiores exportadores mundiais de proteína animal, crises sanitárias como esta evidenciam a importância de diversificar os destinos das exportações. O episódio reforça ainda a necessidade de fortalecer o consumo interno como forma de amortecer impactos quando houver restrições impostas por países importadores. O governo federal deverá negociar com as autoridades chinesas para reverter a situação o quanto antes.
Enquanto a suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China estiver em vigor, o setor produtivo será obrigado a redirecionar estoques para outros mercados. Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Japão são possíveis alternativas para absorver parte da produção. No entanto, cada mercado tem suas exigências específicas, o que pode dificultar a redistribuição de cargas de maneira imediata. A Associação Brasileira de Proteína Animal acompanha o caso de perto e trabalha em conjunto com o Ministério da Agricultura para minimizar os prejuízos.
A suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China também chega em um momento delicado para o agronegócio nacional. A valorização do dólar favorece as exportações, mas o aumento de custos de produção, como ração e energia, tem apertado a margem de lucro dos produtores. Com o bloqueio temporário, muitos frigoríficos poderão reduzir o ritmo de abate, o que afeta diretamente trabalhadores da cadeia produtiva. A manutenção dos empregos no setor dependerá da rápida resolução da crise sanitária e do restabelecimento da confiança do mercado internacional.
Por fim, a suspensão da compra de carne de frango brasileira pela China deve ser vista como uma lição estratégica. O episódio destaca a necessidade de investir ainda mais em biossegurança, monitoramento constante e transparência nas informações divulgadas. A imagem da carne de frango brasileira no exterior sempre foi associada à qualidade, e preservar essa reputação exige esforço conjunto entre o governo, os produtores e as entidades de classe. Superar esse momento difícil é possível, mas dependerá de respostas ágeis, comunicação clara e compromisso com a excelência sanitária.
Autor: Gerich Hameriret