O Brasil subiu quatro posições no ranking global de competitividade elaborado pelo International Institute for Management Development, saindo da 62ª colocação para a 58ª entre 69 economias analisadas. Essa melhora foi impulsionada principalmente pelo desempenho econômico recente, como o crescimento do PIB, maior geração de empregos e o aumento na entrada de capital estrangeiro. Apesar do avanço, o Brasil ainda permanece entre os últimos colocados do levantamento, evidenciando fragilidades persistentes que limitam o potencial competitivo do país.
O ranking, em sua 37ª edição, avalia quatro grandes áreas: performance econômica, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. O Brasil teve melhor desempenho no quesito performance econômica, alcançando a 30ª colocação, o que foi fundamental para sua melhora no posicionamento geral. No entanto, os outros fatores continuam sendo grandes desafios, principalmente a baixa eficiência do governo e a qualidade da infraestrutura, que continuam entre as piores do mundo.
Entre os destaques positivos para o Brasil no ranking global de competitividade estão a boa colocação no fluxo de investimentos diretos estrangeiros, a taxa de crescimento de emprego no longo prazo e o avanço no uso de energias renováveis. Também é relevante a colocação favorável em empreendedorismo em estágio inicial, o que demonstra uma população com forte inclinação para criação de novos negócios. Esses aspectos revelam o potencial inexplorado do país, caso consiga avançar nas áreas mais críticas.
A Fundação Dom Cabral, parceira nacional na elaboração do ranking global de competitividade, alertou que a melhora registrada não significa mudanças estruturais profundas. A instituição considera que o avanço é conjuntural e depende de fatores econômicos de curto prazo. Para garantir um crescimento sustentável e ocupar posições mais altas no ranking global de competitividade, o país precisa enfrentar problemas históricos, como o alto custo de capital, a baixa produtividade e a deficiente qualidade da educação pública.
A posição do Brasil no ranking global de competitividade segue muito atrás de países latino-americanos como Chile, México e Colômbia, que conseguiram melhores desempenhos em diversos subindicadores. Apesar de estar à frente apenas de Venezuela, Argentina e Peru, o Brasil ainda sofre com gargalos como mão de obra pouco qualificada, dívidas corporativas elevadas, fraca inserção no comércio internacional e uma das piores notas em educação primária e secundária.
Em termos de eficiência empresarial, o país ocupa apenas a 56ª posição, o que reflete a dificuldade de fazer negócios e de manter competitividade diante de economias mais abertas e dinâmicas. No critério de infraestrutura, aparece em 58º lugar, sinalizando falta de investimento em transporte, tecnologia e comunicação. Já em eficiência governamental, está entre os piores do mundo, figurando na 68ª posição, o que reforça a necessidade de reformas estruturais na gestão pública, no sistema legal e na burocracia.
O ranking global de competitividade também destaca exemplos de países que conseguiram melhorar significativamente seu posicionamento nos últimos anos. Nações como Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Cingapura e Hong Kong têm investido em inovação, educação técnica, digitalização do setor público e políticas de diversificação econômica. Essas estratégias devem servir de referência para que o Brasil formule políticas de Estado mais eficazes no médio e longo prazo.
Para avançar de forma consistente no ranking global de competitividade, especialistas sugerem que o Brasil reduza barreiras ao comércio internacional, aumente a qualificação técnica da população e promova estabilidade econômica de longo prazo. Investimentos em educação básica, ciência, tecnologia e inovação também são considerados essenciais para transformar o atual modelo econômico, que ainda depende excessivamente das exportações de commodities, em uma economia com maior valor agregado e competitividade internacional.
Autor: Gerich Hameriret