Para o conhecedor Pedro Duarte Guimarães, a pesca submarina é mais do que um esporte, é um estudo constante das nuances entre ambientes opostos, como os mares tropicais e as águas geladas das regiões polares. Cada cenário exige técnicas, equipamentos e comportamentos específicos, moldados por fatores como temperatura, visibilidade, fauna e até o ritmo do mergulhador.
Pescadores experientes sabem que o oceano muda radicalmente de um ponto a outro do globo. Enquanto nos trópicos o mergulho costuma ser favorecido por luz intensa e biodiversidade abundante, nas regiões polares o desafio está em lidar com o frio extremo, a limitação de oxigênio e a movimentação mais lenta dos peixes. Pedro Duarte Guimarães aponta que se adaptar a esses contrastes é o que define a evolução do esporte, transformando cada local em uma experiência única e imprevisível.
Quais são as particularidades da pesca submarina em águas tropicais?
As águas tropicais oferecem um ambiente visualmente favorável e riquíssimo em espécies. A luz solar penetra com intensidade, permitindo maior visibilidade mesmo em profundidades consideráveis. Isso beneficia tanto a precisão dos tiros quanto a movimentação estratégica dos mergulhadores. Pedro Duarte Guimarães explica que, nessas regiões, é comum encontrar cardumes variados e peixes de grande valor gastronômico, o que eleva o nível técnico e competitivo da prática.
No entanto, essa abundância exige também cuidado com áreas protegidas e regras locais de pesca. Muitos pontos tropicais abrigam reservas naturais ou zonas de turismo intenso, o que demanda atenção dobrada à legislação e à sustentabilidade. É importante manter a ética na captura, respeitando tamanhos mínimos e espécies ameaçadas. O desafio tropical, portanto, está em equilibrar aventura e preservação ambiental.

Quais são os maiores desafios da pesca submarina em águas polares?
Já nas regiões polares, o frio extremo muda completamente a lógica do mergulho. Equipamentos térmicos reforçados, como roupas de neoprene de alta densidade e luvas especiais são indispensáveis para evitar hipotermia. O corpo consome mais energia para manter a temperatura, o que reduz o tempo de apneia e exige mergulhos mais curtos e precisos. Pedro Duarte Guimarães reforça que, nesse cenário, cada segundo submerso precisa ser calculado com cautela.
A visibilidade também costuma ser menor, especialmente em dias nublados ou sob camadas de gelo. Os peixes dessas regiões, por viverem em águas frias e com menor incidência de luz, possuem comportamentos mais lentos e reservados, o que obriga o pescador a estratégias mais sutis. Embora o desafio pareça maior, muitos consideram a pesca polar uma experiência de concentração extrema e conexão silenciosa com a natureza.
Como os pescadores ajustam suas técnicas aos diferentes ambientes?
Nos trópicos, a movimentação é mais fluida, os tiros são mais longos e há espaço para aproximações abertas. Já em águas polares, onde a energia é um recurso limitado, a técnica muda: o disparo precisa ser rápido e eficiente, com o mínimo de esforço possível. Enquanto o calor dos trópicos permite sessões prolongadas, o frio exige mais resistência psicológica para suportar o desconforto.
Lições que vêm com a correnteza
Pedro Duarte Guimarães conclui que nas duas extremidades do planeta, o mar responde melhor a quem se adapta, e não a quem tenta impor força ou pressão. O segredo está na humildade diante das águas. Mais do que capturar presas, trata-se de capturar momentos únicos em um mundo que não é nosso por inteiro. É esse equilíbrio entre técnica e sensibilidade que transforma a pesca submarina em uma arte de constante aprendizado.
Autor: Gerich Hameriret