João Campos assume liderança do PSB e vira peça-chave na disputa presidencial de 2026

By Gerich Hameriret 6 Min Read

A ascensão de João Campos à presidência do PSB marca um novo capítulo na trajetória política do jovem prefeito de Recife, que vem se consolidando como uma das principais lideranças da esquerda brasileira. Com apenas 31 anos, João Campos assume o comando do Partido Socialista Brasileiro com a missão de reposicionar a legenda no cenário nacional e, sobretudo, de garantir a permanência de Geraldo Alckmin como vice na chapa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A movimentação representa uma estratégia clara para manter a aliança entre PSB e PT, visando ampliar o arco de apoio do atual governo.

João Campos chega à presidência do PSB em um momento de renovação e reconstrução da legenda. Sua popularidade nas redes sociais, somada ao desempenho expressivo nas urnas, fortalece sua imagem como um nome promissor da nova geração política. João Campos venceu com folga as eleições de 2024 no Recife, atingindo 78,11% dos votos válidos, a maior votação da história da capital pernambucana desde a redemocratização. Esse resultado consolidou sua liderança local e o projetou nacionalmente como um nome de peso dentro do PSB.

A trajetória de João Campos é marcada pelo legado familiar e pela articulação política precoce. Bisneto de Miguel Arraes e filho de Eduardo Campos, o atual presidente do PSB carrega consigo uma história que se confunde com a da política pernambucana. João Campos iniciou sua carreira na Câmara dos Deputados, em 2019, e rapidamente ganhou destaque como o deputado mais votado de Pernambuco. Dois anos depois, tornou-se o prefeito mais jovem da história do Recife, com apenas 27 anos, e desde então tem investido em políticas públicas de visibilidade e contato direto com a população.

Como presidente do PSB, João Campos terá entre suas principais tarefas articular a permanência de Geraldo Alckmin na chapa de Lula em 2026. O nome de Alckmin vem sendo questionado por setores do PT que defendem uma composição com partidos de centro como MDB e PSD. No entanto, João Campos pretende usar sua força interna no PSB e sua habilidade política para manter a aliança que foi fundamental na vitória de 2022. João Campos entende que a permanência de Alckmin é estratégica para equilibrar a chapa e manter a confiança de setores moderados do eleitorado.

Além do desafio nacional, João Campos também precisa fortalecer o PSB nos estados e ampliar a base de deputados federais da legenda. Sua chegada ao comando do partido é vista como uma tentativa de unificar a sigla em torno de uma liderança jovem, popular e com credibilidade. A expectativa é que João Campos consiga atrair novos quadros para o PSB, principalmente lideranças jovens e progressistas que buscam espaço político. O novo presidente do PSB também deverá construir pontes com outros partidos de esquerda e centro-esquerda, como PDT, Rede e PV.

João Campos se destaca não apenas pelas urnas, mas também pela forma como se comunica com o eleitorado. Com mais de 2,9 milhões de seguidores no Instagram, o novo presidente do PSB mantém uma presença ativa nas redes sociais, divulgando ações de sua gestão e dialogando diretamente com a população. Essa estratégia de comunicação tem sido fundamental para aproximar a política do público jovem, um dos segmentos mais distantes da vida partidária. João Campos enxerga nas redes um espaço vital para renovar a forma de fazer política e garantir maior transparência e participação social.

O relacionamento de João Campos com a deputada federal Tabata Amaral também tem repercussões políticas, uma vez que ambos se posicionam como representantes de uma geração de políticos comprometidos com a renovação e a eficiência da gestão pública. O casal divide agendas políticas e se apoia mutuamente em campanhas eleitorais. João Campos chegou a ser alvo de críticas de adversários durante a campanha municipal de São Paulo, que usaram o namoro como argumento para atacar Tabata Amaral. Apesar disso, ambos seguiram firmes e continuam sendo nomes de peso em seus respectivos partidos.

Com a presidência do PSB nas mãos, João Campos se consolida como uma peça central no xadrez político que se desenha para 2026. Seu objetivo vai além da manutenção de alianças; ele quer transformar o PSB em uma força política moderna, com identidade própria e protagonismo nacional. João Campos tem o desafio de equilibrar tradição e inovação, herança familiar e novas práticas, articulação partidária e contato direto com o eleitor. O que está em jogo é o futuro do PSB, mas também o seu próprio, como possível nome forte no cenário pós-Lula.

Autor: Gerich Hameriret

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