Segundo o empresário especialista em educação Sergio Bento de Araujo, a educação infantil vive um dilema cada vez mais presente: como conciliar o uso de tecnologia com as necessidades do desenvolvimento integral da criança. O equilíbrio entre telas e experiências presenciais é decisivo para preservar aspectos cognitivos, sociais e emocionais. Enquanto ferramentas digitais podem ampliar repertórios e despertar curiosidade, o excesso de estímulos compromete atenção, sono e até a motricidade.
O desafio não está em eliminar a tecnologia, mas em estabelecer limites claros, aliados a práticas pedagógicas que respeitem o tempo da infância. Veja mais na leitura abaixo:
A importância da mediação consciente no uso das telas
O contato com recursos digitais pode ser enriquecedor quando acompanhado de mediação adequada. Jogos educativos, aplicativos interativos e vídeos curtos podem estimular a memória, linguagem e criatividade. No entanto, esses benefícios só se concretizam se houver orientação de pais e educadores, que ajudam a contextualizar conteúdos e evitar a exposição passiva. Um dos riscos mais apontados por especialistas é a substituição de atividades essenciais como brincar ao ar livre e socializar com outras crianças.
De acordo com Sergio Bento de Araujo, a qualidade do tempo diante das telas é mais relevante do que a quantidade. Isso significa escolher conteúdos adequados à faixa etária, estimular pausas e associar a experiência digital a diálogos significativos. A presença ativa do adulto transforma a tecnologia em aliada do aprendizado, reduzindo a probabilidade de consumo excessivo ou inadequado. Assim, a criança aprende a lidar com as telas de forma crítica, incorporando-as como ferramenta e não como refúgio.
Equilíbrio entre atividades digitais e experiências presenciais
O grande desafio da educação infantil é promover um equilíbrio saudável entre atividades digitais e presenciais. Crianças precisam de movimento, contato com a natureza e interações sociais para consolidar habilidades motoras, cognitivas e afetivas. Brincadeiras tradicionais, jogos de imaginação e atividades artísticas desenvolvem autonomia e criatividade de maneira insubstituível. Quando a tecnologia ocupa espaço excessivo, esses momentos de experimentação livre acabam reduzidos.

Conforme explica Sergio Bento de Araujo, a integração entre tecnologia e práticas pedagógicas tradicionais pode ser bastante positiva se planejada com intencionalidade. Professores podem utilizar recursos digitais para introduzir temas e, em seguida, propor atividades manuais que consolidem o aprendizado. Um vídeo sobre animais, por exemplo, pode ser ponto de partida para desenhos, dramatizações ou observação direta em visitas a parques.
O papel das famílias e das escolas na definição de limites
Definir limites para o uso da tecnologia é responsabilidade compartilhada entre família e escola. Em casa, os pais devem estabelecer horários, supervisionar conteúdos e oferecer alternativas de lazer que não dependam de telas. Já no ambiente escolar, cabe aos educadores utilizar a tecnologia de forma pedagógica, sempre vinculada a objetivos claros de aprendizagem. Esse alinhamento cria consistência para a criança, que entende a tecnologia como parte do cotidiano, mas não como elemento central.
Na visão de Sergio Bento de Araujo, tanto a família quanto a escola precisam investir em diálogo transparente sobre os riscos e benefícios das telas. Quando responsáveis e educadores compartilham percepções, fica mais fácil ajustar estratégias e prevenir excessos. Além disso, políticas educacionais podem apoiar esse processo, definindo orientações sobre tempo de tela, formação de professores e escolha de ferramentas digitais.
Equilíbrio como chave para a infância saudável
Em resumo, a presença da tecnologia na educação infantil é inevitável, mas precisa ser conduzida com responsabilidade. Limites claros, mediação ativa e equilíbrio entre experiências digitais e presenciais formam a base de um desenvolvimento saudável. A tecnologia deve ser vista como recurso complementar, e não como substituta das interações humanas e do brincar espontâneo. Como ressalta Sergio Bento de Araujo, tecnologia e educação caminham juntas quando as pessoas ocupam o centro do processo formativo.
Autor: Gerich Hameriret